Eu vou arder no Inferno...

Professorinha acordou e achou que já chegava de procrastinar. Professorinha encheu-se de coragem e paciência e foi por aí, por essa terra afora, entregar currículos em mão. Professorinha acabou a bater à porta da casa do padre cá da paróquia, que é o director do infantário. O padre recebeu a Professorinha na sua santa casa e também o seu currículo nas suas santas mãos. O padre quis saber se a Professorinha pertencia à dita paróquia. O padre quis saber se a Professorinha, já que se tinha mudado recentemente, era casada. O padre quis saber se a Professorinha era casada há muito tempo. O padre disse que ficava com o currículo, apesar de não prometer nada, porque as coisas estão difíceis nesta área. O padre disse que a Professorinha e o seu marido eram mais que bem-vindos à nova paróquia. O padre disse à Professorinha que ela e o marido estavam desde já convidados para a missa dominical que se realiza às 11h. O padre desejou boa sorte à Professorinha praí umas quatro vezes e todas acompanhadas de beijinhos.

A Professorinha queria causar boa impressão. A Professorinha mentiu ao padre com os dentes todos que tem na boca. A Professorinha disse que ela e o marido (marido há quase um ano), agradeciam o convite para a eucaristia e que qualquer dia ainda passavam por lá.

(...)

(...)

(...)

De seguida, como se não chegasse mentir ao padre, Professorinha, M. e S. (amigas do peito), ainda foram enfardar um cachorro de meio metro, cheio de salsichas e fiambre, em plena quarta-feira de cinzas...

(...)

(...)

(...)

Amigas, tenho boas e más notícias!... 

Vamos as três arder no Inferno e a boa notícia é, que só precisamos de mais uma, para a bela da sueca.